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Como funciona o financeiro em uma produção audiovisual?

Atualizado: 29 de jan.


Ilustração de gráficos financeiros e equipamento de cinematografia.
Gerada pelo criador de imagens do MS Bing

Você já ficou pensou em como é a gestão do financeiro em uma produção audiovisual?

Todo negócio envolve dinheiro e portanto, administração financeira. Não é diferente no universo do audiovisual (Cinema, TV, Web Série)


A responsabilidade do planejamento, gestão, controle e prestação de contas de um projeto audiovisual fica a cargo do #ProdutorExecutivo. Essa é a função que eu assumi em alguns projetos com muita satisfação.


Como se tratam de projetos, a gestão financeira nesse caso, tem muito bem definidos o começo, meio e fim, divido em etapas conhecidas:


PRÉ-PRODUÇÃO: é a etapa inicial do projeto, onde a ideia é transformada em um roteiro. Nessa etapa, os atores são selecionados, o planejamento de enquadramento das cenas é feito, assim como o "storyboard", definição de equipamentos, cenários, escolha de figurinos, desenvolvimento do conceito artístico. É o momento em que o projeto começa a ganhar vida.


PRODUÇÃO: é a fase em que o processo de gravação começa. Todo o roteiro será ensaiado, filmado e produzido de acordo com um documento chamado de "Ordem do Dia" onde constam as informações necessárias sobre a agenda, os locais e as personagens que farão parte das filmagens, que deverão ocorrer até estarem satisfatórias aos olhos do diretor. Essa é uma fase em que contar com o apoio profissional faz toda a diferença para o resultado e para a agilidade do processo.


PÓS-PRODUÇÃO: é o momento em que todo o material que foi captado na produção é tratado para gerar o conteúdo audiovisual planejado na pré-produção. Também é a etapa em que o som é tratado, gráficos são posicionados, efeitos especiais são adicionados e se juntam com as imagens captadas para formar a produção audiovisual.


COMERCIALIZAÇÃO: é o processo de divulgar e distribuir o filme para o público-alvo, buscando maximizar o retorno financeiro e artístico do projeto.


É nela que se define a estratégia de lançamento do filme, considerando o gênero, o público, o orçamento, a concorrência, o calendário, os canais de exibição e as parcerias com distribuidoras, exibidoras e veículos de comunicação. É elaborado o plano de marketing, incluindo a criação da identidade visual, do material promocional, do trailer, do site, das redes sociais e das ações de publicidade, assessoria de imprensa, relações públicas e eventos. O plano de marketing é executado coordenando as equipes envolvidas, monitorando os resultados, avaliando o feedback do público e dos críticos, e ajustando as ações conforme necessário. Por fim, acompanhar o desempenho do filme nas salas de cinema e nas plataformas digitais, analisando os dados de bilheteria, de audiência, de engajamento e de repercussão, e buscando novas oportunidades de negócio e de expansão do filme. E claro! Repassando aos produtores e coprodutores os respectivos direitos financeiros relativos ao RLP (Resultado Líquido do Produtor)


Cada etapa tem suas características próprias e possui equipes específicas de profissionais.

Há aqueles que somente participam da etapa de pré-produção como o roteirista. Outros apenas na produção, como operadores de câmera. Na pós-produção estarão os editores de imagens, sonoplastas entre outros.


Tudo isto precisa ser detalhadamente calculado e planejado, para que saia o mais dentro do previsto possível. Um erro pode comprometer significativamente a conclusão do projeto por falta de verba.


Além disto, em geral, essas produções recebem aporte financeiro de investidores e por meio de leis de incentivo fiscal como Lei nº 8.685/1993 (Lei do Audiovisual), Lei nº 8313/91 (Lei de incentivo à Cultura também conhecida como Lei Rouanet), ou fomento direto, entre outras formas de captação de recursos.


Todo o planejamento orçamentário é enviado para os órgãos competentes através de planilha específica e detalhada, etapa por etapa, linha por linha, com cada item de despesas: profissionais, materiais, serviços etc.


Essa leis e suas regulamentações por órgãos como a ANCINE, PROAC e PROMAC definem regras que obrigam que os projetos estejam com seu planejamento enquadrado em determinadas condições orçamentárias rígidas, com pouca flexibilidade de alterações no planejado e mínima margem de erro, e exigem abertura de contas bancárias específicas, umas para captação dos recursos e outras para movimentação destes, de acordo com cada fonte de captação.


Assim, é fundamental muita acuracidade na previsão de todos os custos da obra, em todos os seus detalhes. Caso a execução do projeto não ocorra dentro que foi definido no planejamento, a prestação de contas poderá ser recusada pelo órgão gerando sanções aos produtores.


Também devem ser observados os procedimentos quanto à documentação de todos os contratos com profissionais, locações e serviços contratados, notas fiscais de todas as mínimas despesas realizadas e tudo isto ser demonstrado em planilha de prestação de contas com a mesma estrutura que deve ser encaminhada junto com cópia da documentação para análise dos órgãos.


A função de Produtor Executivo é algo fascinante, que envolve trabalhar com uma equipe múltipla e diversa e em etapas distintas o que exige grande habilidade para lidar com os desafios de toda essa complexidade.


É muita adrenalina do começo ao fim do projeto, com orçamentos justos e prazos apertados. Por isso, ao final, quando temos o resultado é comemoração na certa.

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