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Empresas são "obrigadas" a formar profissionais

Atualizado: 28 de out. de 2023


Na edição de 18/02/2022 do JN o âncora noticiava:


— "As empresas estão sendo "obrigadas" a formar seus próprios profissionais."


Isso logo me despertou a reflexão!


Sempre vivemos numa sociedade onde cada pessoa vai em busca de sua formação para em seguida competir no mercado. Um mercado selvagem, desigual, onde pessoas negras não possuem as mesmas oportunidades que os brancos. Também não têm as mesmas oportunidades as mulheres, as mães, os gays, os deficientes, o pobre que vive na periferia, os obesos, os jovens ou os mais velhos. Ou seja! O mercado é cruel. Há quem nasça em um cenário totalmente favorável, em contrapartida com a maioria, que nasce em condições completamente desfavoráveis.


As empresas choram não encontrar o profissional que necessita, mas também, em geral, não fazem nada, ou muito pouco, para melhorar esta situação.


As organizações empresariais, como partícipes na construção da sociedade, não devem se enxergar apenas como geradora de lucros para seus sócios, mas com papel fundamental no desenvolvimento social. Faz parte de uma troca onde ela gera valores sob todas as óticas e recebe da sociedade reconhecimento e dividendos.


Hoje o mercado começa a sentir o dissabor de suas próprias mazelas, pois grandes empresas que, historicamente não se preocupavam com o desequilíbrio que gera a falta de profissionais qualificados, começam a investir na formação e qualificação de pessoas para ocuparem as funções onde há essa escassez.


Bem ou mal está sendo feito aquilo que de fato deveriam fazer desde sempre. E isso é saudável para toda a economia, possibilitando que mais pessoas, que não tiveram condições de buscarem formação, recebam o apoio financeiro e estrutural para se desenvolverem. Sendo feito com compromisso de reciprocidade, ambas as partes têm a ganhar com essa iniciativa.


 

Claro que não será a solução dos problemas. A falta de base educacional por conta de descaso nas políticas públicas é outro problema a ser enfrentado. As injustiças sociais e preconceitos ainda precisam ser eliminados do mercado de trabalho, em todos os setores, em todas as áreas da atividade humana, embora em certas áreas o preconceito seja mais evidente que outras.


A questão é bem complexa e profunda. Na verdade não existe um solução única, mas um conjunto de ações que devem ser desenvolvidas, e por todos. Aqui abordei uma delas, fruto da matéria jornalística citada, pois percebo que o mundo empresarial tem um papel importante do qual está se isentando de exercer nas últimas décadas. É urgente que se mude esse comportamento. Mas também precisamos investir em políticas públicas de educação e qualificação, e a própria sociedade civil organizada ser cada vez mais atuante... seria tema para um livro, com certeza. Portanto esse post não tem a pretensão de encerrar em si mesmo, mas provocar mais reflexões e iniciativas sobre o tema.

 

Sobre a questão das empresas serem "obrigadas" a formarem profissionais, o Planejamento Estratégico com a utilização da metodologia do BSC - Balanced Scorecard já define a necessidade de investimentos na aprendizagem e crescimento da equipe de colaboradores.


E isso não deve ser apenas um pensamento das grandes corporações. Todas as empresas, independente de seu porte devem executar seu PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO e ter o desenvolvimento profissional de seus colabores como meta.


O BSC orienta para o planejamento estratégico sob quatro perspectivas:


Financeira: metas de crescimento de receitas e definição de despesas;

Clientes: metas com foco nas ações que melhorem a proposta de valor da empresa, ofertando produtos e serviços mais assertivos e melhor relacionamento com o cliente;

Processos: metas focadas na melhoria dos processos internos aumentando a qualidade de produtos/serviços e redução/otimização dos custos;

​— Aprendizagem e Crescimento: esta é a parte que foco neste artigo. Toda empresa que deseja crescer no mercado deve ser proativa no trabalho de desenvolver a qualificação profissional de sua equipe.

Foi o tempo que se buscava profissionais prontos no mercado. Mesmo porque, "profissionais prontos" podem carregar vícios que provocam desalinhamentos de expectativas. Mesmo tais profissionais precisam passar por um processo de adequação cultural quando admitidos, para que possam se adaptar e se integrar aos valores e à cultura organizacional da nova empresa.

Aliás, meu início de vida profissional foi por meio de formação dentro da empresa, primeiro como operador de áudio em uma Rádio FM, posteriormente, quando iniciei minha carreira bancária. Naquele tempo, nos idos de 1980, não havia tantas faculdades e cursos técnicos, em especial para a população mais simples, portanto as empresas se viam forçadas a recrutarem pessoas por meio de suas habilidades pessoais com formação educacional no nível ginasial ou colegial da época, trabalhando então ela, na formação técnica conforme a função a ser exercida. Não é raro encontrar histórias de grandes nomes da Gestão Empresarial, cujo início de carreira foi como "office boy" ou "contínuo" de empresa, teve seus primeiros aprendizados dentro da organização e cresceu, podendo concluir uma graduação ou até mesmo uma pós, com o apoio de seu empregador. Há exemplos inclusive de organizações que criaram "Universidades próprias" exclusivamente para o desenvolvimento de seus colaboradores.


Mas você deve estar se perguntando: se hoje existem tantos cursos técnicos ou de graduação disponíveis no mercado, por que as empresas devem se preocupar elas mesmas na formação de seus profissionais. A resposta é simples! Há uma grande oferta de cursos, é verdade, mas vivemos em um país cuja investimento em educação é precário e o cidadão não consegue, por si só, se desenvolver com a dinâmica e rapidez que o mercado vêm exigindo. Assim, cada vez fica maior o abismo entre as demandas de mercado e a capacidade de qualificação dos indivíduos.


Desta forma, INVESTIR NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL não deveria ser olhado como uma obrigação, mas como UMA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL que faz a empresa ganhar, tanto internamente, gerando profissionais motivados, gratos e inseridos em seus valores e cultura, como externamente, criando uma imagem DE EMPRESA QUE PROMOVE O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E SOCIAL.


Falaremos mais neste blog sobre o planejamento estratégico segundo a metodologia do Balanced Scorecard.


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Sucesso à você e um forte abraço.

Dū Moraes





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