No debate sobre a tragédia do TCC há quem defenda: "— No meu tempo...".
A sociedade deve evoluir. Tempos atrás não existia a palavra "bullying", mas o tratamento tóxico sim, pessoas eram feridas, ficavam sequelas e muitos tiravam a vida, só não tínhamos a mesma repercussão de hoje.
Muita coisa errada existia e éramos mais grosseiros no espírito, tanto na forma como agíamos, como na forma como recebíamos as atitudes dos outros. Mas devemos caminhar adiante e entender que é necessário sermos mais humanos, mais empáticos, mais solidários, mais conscientes de nossos atos e palavras. Ainda mais no meio acadêmico. O mesmo meio que nos ensina como dar um "feedback" em uma aula de administração, não sabe fazê-lo em uma banca de TCC.
Os jovens de hoje são mais sensíveis? Talvez! E por que não podemos acompanhar essa evolução e nos tornarmos mais sensíveis a essa mudança da sociedade?
Quem disse que precisamos continuar sendo duros? A dureza nos moldou no passado, mas quem disse que precisa continuar sendo dessa maneira? Se fosse assim o raciocínio, então deveríamos morar nas cavernas e sair à caça de nosso alimento, ao invés de ficarmos sentados à uma mesa de restaurante aguardando a senha de nosso "fast food".
Não, minhas senhoras e meus senhores! Não devemos achar que um garoto que comete suicídio pelo assédio moral em seu exame de TCC é apenas resultado de sua fraqueza diante dos desafios.
Não podemos aceitar que, porque vivíamos a barbárie, devemos continuar nela. Nós passamos pela dureza da sociedade, nosso papel é deixar como legado uma sociedade melhor para nossos herdeiros na terra.
Nossa sociedade está repleta de desafios e estamos adoecendo uns aos outros sem ninguém perceber.
As doenças emocionais afetam quase que a totalidade da humanidade. Mesmo que menos percebida em alguns, todos de alguma forma hoje sofrem de algum nível de ansiedade, depressão, amarguras, frustrações, desânimo etc.
Sabemos (e eu pessoalmente) que a depressão não decorre de um fato isolado, e sim de uma história de vida, traumas, questões químicas do funcionamento cerebral, entre outros fatores.
No entanto, o acúmulo de experiências causadas por uma sociedade insensível aos dramas humanos é certamente um fator com enorme peso.
Colocar exclusivamente nos ombros da vítima a responsabilidade por seu ato é cômodo e não resolverá os problemas de nossa sociedade. Pior ainda! Aumentará, pelo descaso como muitos estão tratando este cenário.
Todos seremos vítimas e responsáveis pela maneira como estamos nos comportando uns com os outros numa sociedade que cada vez mais se conecta globalmente e se desconecta emocionalmente.
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Sucesso à você e um forte abraço.
Dū Moraes
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