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Porque temos medo do saber? uma análise reflexiva sobre o comportamento humano

Atualizado: 28 de out. de 2023


ilustração cabeça cercada de olhos sobre livros acorrentados representando o medo do saber
Gerado pelo criador de imagens do MS Bing

O conhecimento é uma das maiores conquistas da humanidade, mas também uma das mais temidas.


Por que as pessoas têm medo do conhecimento? Qual é a relação entre o conhecimento e a liberdade? E entre o conhecimento e a responsabilidade? Essas são algumas questões que tentaremos responder neste artigo, usando como referência algumas teorias psicológicas e filosóficas.


Uma possível explicação para o medo do conhecimento é a chamada síndrome do impostor, que consiste na sensação de que não somos capazes ou merecedores de alcançar determinados níveis de conhecimento ou sucesso, e que estamos enganando os outros com nossa aparência de competência. Essa síndrome pode levar as pessoas a evitarem situações que as exponham ao julgamento alheio, como aprender coisas novas, participar de debates, assumir desafios ou liderar projetos. Assim, o medo do conhecimento seria uma forma de proteger a autoestima e evitar a ansiedade.


Outra possível explicação para o medo do conhecimento é a teoria da dissonância cognitiva, que afirma que as pessoas tendem a buscar consistência entre suas crenças, atitudes e comportamentos, e que sentem desconforto quando há alguma contradição entre eles. O conhecimento pode gerar dissonância cognitiva quando entra em conflito com as crenças pré-existentes das pessoas, especialmente aquelas que são mais importantes ou centrais para sua identidade. Por exemplo, uma pessoa religiosa pode sentir dissonância ao aprender sobre a teoria da evolução. Para reduzir a dissonância, as pessoas podem recorrer a estratégias como negar, distorcer ou evitar o conhecimento que as contradiz. Assim, o medo do conhecimento seria uma forma de preservar a coerência e a estabilidade cognitiva.


Uma terceira possível explicação para o medo do conhecimento é a teoria da liberdade existencial, que propõe que o ser humano é livre para escolher seu próprio sentido de vida, mas que essa liberdade também implica em responsabilidade pelas consequências de suas escolhas. O conhecimento amplia as possibilidades de escolha, mas também aumenta a responsabilidade pelas mesmas. Por exemplo, uma pessoa que sabe sobre os efeitos nocivos do cigarro tem mais liberdade para decidir se quer fumar ou não, mas também tem mais responsabilidade pela sua saúde. Uma pessoa que sabe sobre os problemas sociais e ambientais tem mais liberdade para se engajar em causas ou não, mas também tem mais responsabilidade pelo bem-estar coletivo. Assim, o medo do conhecimento seria uma forma de escapar da responsabilidade e da angústia existencial.


Como podemos ver, existem diferentes formas de entender o medo do conhecimento, mas todas elas apontam para um aspecto comum: o medo do conhecimento é um medo de si mesmo. É um medo de enfrentar nossas limitações, nossas contradições, nossas escolhas e nossas consequências. É um medo de assumir nossa condição humana, que é complexa, dinâmica e desafiadora. Mas também é uma condição que nos permite crescer, aprender, mudar e transformar. O conhecimento não é apenas um fardo, mas também uma oportunidade. Não é apenas uma ameaça, mas também uma esperança. Não é apenas um problema, mas também uma solução.


Portanto, não devemos ter medo do saber, mas sim abraçá-lo como um aliado em nossa jornada existencial. O conhecimento nos proporciona liberdade, mas também nos coloca responsabilidade sobre nossos ombros. E responsabilidade é algo que muitos não desejam. Mas é algo que todos precisamos.


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Sucesso à você e um forte abraço.

Dū Moraes

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